Finalmente: quatro anos depois, Motoyama vence na SUPER GT. Yanagida demora três e a MOLA, dois anos, desde o fim da temporada de 2012 |
Depois de um jejum de duas temporadas, a MOLA, campeã das temporadas de 2008 (GT300), 2011 e 2012 (GT500), com o #46 S Road MOLA GT-R, venceu neste domingo a etapa internacional da SUPER GT, no Chang International Circuit (conhecido também como Buriram International Circuit). A equipe não vencia desde a etapa de Autopolis em 2012, quando naquela mesma oportunidade, conseguiram o segundo título na classe.
Desde o ano passado, a MOLA conta com a pilotagem da dupla Masataka Yanagida e Satoshi Motoyama – este último, há três anos sem vencer uma na SUPER GT, e sendo considerado uma lenda viva do Japão, e o mais experiente do grid do campeonato. Eles largaram em terceiro na corrida e perseguiram constantemente o pole – #38 ZENT CERUMO RC F, que na ocasião era pilotado por Yuji Tachikawa, outro que pode ter status de lenda da categoria. por sua vasta experiência no campeonato.
Em segundo, largou o #36 PETRONAS TOM'S RC F da dupla James Rossiter/Daisuke Ito. Eles se enroscaram com um dos NSX, mais precisamente o da Nakajima Racing, pouco depois do início de prova e por isso tiveram ali, a chance quase jogada no lixo. Restava contar com os erros dos demais, também – e com a colaboração dos caras da GT300, uma vez que o trafego estava constante no novo circuito.
O ritmo do GT-R #46 começou a ser melhor que o dos Lexus. E com isso, não demorou para que Motoyama desse um "alô" pra Tachikawa e tomasse o seu primeiro lugar após um mero encontro com os GT300. A corrida não estava decidida, mas o pior estava por vir (já chego lá, vamos com calma)...
Enquanto o MOLA "mitava" no calorão da Tailândia, os irmãos de classe (#12 CALSONIC IMPUL GT-R e #1 MOTUL AUTECH GT-R) tentavam de tudo lá atrás. Vale lembrar que ambos largaram em 11º e 13º, respectivamente. Em pouco tempo, já era possível vê-los no top 10, com perseguição incluída do #17 KEIHIN NSX e do outro carro da TOM'S, o #37 KeePer RC F. Enquanto estes tentavam se sobressair entre os 10 primeiros, o MOLA colocava 10 segundos de diferença da primeira posição. Ao começar os stints para troca de pneus, o ZENT RC F perdeu cerca de 10 segundos na parada. Voltou pra brigar pelo segundo lugar com o #36 RC F, na pilotagem de Daisuke Ito.
O pior estava por vir quando Hiroaki Ishiura perdeu o controle do ZENT e caminhando lentamente sob a pista após a recuperação. Resultado: perderam os freios dianteiros e tiveram que abandonar. Um duro golpe para quem largou na pole position. O PETRONAS RC F herdou o segundo lugar, entretanto, chegava pra entrar na briga o #6 ENEOS RC F, do Team LeMans. Se saiu melhor o #6, de Yuji Kunimoto e deixou o Lexus RC F da TOM'S pra trás.
Após esse momento, iniciou-se um dos momentos mais divertidos da corrida. Nada mais nada menos que CINCO carros estavam brigando pelo terceiro lugar, citando por números: #36, #17, #12, #1 e #37, respectivamente. Novamente, quem se saiu mal acabou sendo o RC F #36, melhor para o brasileiro João Paulo de Oliveira, que galgou a quarta posição, perdendo apenas para o KEIHIN NSX e na frente dos campeões do ano passado, o #1 MOTUL GT-R, de Tsugio Matsuda e Ronnie Quintarelli. O RC F #36 ainda perdeu mais duas posições, uma pro seu irmão gêmeo, o #37, e uma pro #39, o DENSO KOBELCO RC F, que era pilotado por Heikki Kovalainen.
Os abandonos da GT500 ficam por conta do #24 D'station ADVAN GT-R, logo no início, por problemas no motor, por conta também de dois NSX, desde 2014 problemáticos, com o ARTA e RAYBRIG, e somado ao principal desfecho da corrida: o ZENT CERUMO RC F. Com o resultado dessa corrida, a MOLA sobe pra quarto lugar, atrás de, respectivamente: Caldarelli/Hirakawa (KeePer TOM'S), Oliveira/Yasuda (IMPUL) e Quintarelli/Matsuda (NISMO).
A classe GT300 teve uma novidade na pole: pela primeira vez, um carro da subclasse "mother chassis" conquistou o melhor tempo. Era o #25 VivaC 86 MC, pilotado por Takeshi Tsuchiya e Takamitsu Matsui, com o apertado tempo de 1'33.915, Nos primeiros instantes, era notável a superioridade dos GT-R GT3, mesmo com lastro. Não deu outra e o "verdadeiro Godzilla" acabou passando-o, mais precisamente o #3 B-MAX NDDP GT-R, que era pilotado por Hoshino filho (Kazuki) na ocasião. O mesmo foi seguido por outro GT-R GT3: o da GAINER, com o carismático Andre Couto no volante.
A diferença entre o primeiro e o segundo colocado da GT300 só aumentava. Isso de certa forma era ruim, caso o #10 GAINER TANAX GT-R chegasse me segundo, Andre Couto liderará o ranking. As SLS AMG GT3 estavam se aproximando do topo, deixando pra trás os carros "da casa", como o PRIUS-GT e o BRZ da R&D SPORT.
Como na GT500, na GT300, o pole position não ganhou a corrida. O VivaC 86 decaia e constava tentar ganhar alguma coisa com o stint da troca de compostos e pilotos da classe. Nessa brincadeira, outro que tentou segurar até as pontas a liderança foi o #2 SYNTIUM LOTUS, o SGT-Evora, outro carro da subclasse "mother chassis". Infelizmente, não deu nem pra um, nem pra outro. Não houve nenhum problema para os demais da ponta.
Os campeões do ano passado, Nobuteru Taniguchi e Tatsuya Kataoka, tiveram um desfecho nesta corrida quando o pneu traseiro esquerdo da #0 Hatsune Miku SLS furou à 10 voltas do fim. Nada grave, mas tiveram que perder um bom tempo nos boxes e, sem chance alguma de uma boa colocação, ficaram apenas em 13º.
Muito provavelmente não veremos esses caras nas próximas etapas |
Não lembro quantos carros estiveram no grid da GT300, mas sei que tiveram baixas (alguns não levaram seus carros pra Tailândia) e uma participação local tentou ganhar algum destaque. Já falei da REITER Engineering aqui? Colocaram uma Gallardo RE-X – obra prima deles – para correr contra as equipes japonesas. Os pilotos foram o tcheco Tomas Enge e um tal de Chonsawat Asavahame. Não fizeram um espetáculo, mas deram um pouco de sal no belo grid do campeonato – chegaram, no fim, em 12º.
De certo modo, esta foi uma boa corrida pro pessoal da Studie, que andam de Z4 e contam com a pilotagem de Seiji Ara e Jorg Muller, que superaram em todos os sentidos os rivais da Mercedes-Benz e os dois Audi R8 ultra. Com a terceira colocação nesta corrida, eles sobem pra sexto em ambos os rankings, de equipes e pilotos.
E, claro, falando dos líderes, com esse resultado, a B-MAX, vitoriosa em Chang, vai pro ranking em segundo com a dupla de pilotos (Hoshino e Takaboshi). Estão atrás apenas de Andre Couto (e apenas à 1 ponto de distância). Couto pontuou sozinho por ter sido o único piloto da última corrida participante desta, uma vez que Katsumasa Chiyo foi brincar de vencer os 1000km de Paul Ricard, válidos pro Blancpain Endurance Series e Ryuichiro Tomita não pontuou em Fuji, por algum motivo.
Este deve ter sido o último texto que escrevo sobre a SUPER GT não-presencial e/ou correspondente daqui do Brasil. "Como assim?" Você deve estar perguntando... Bem, aguarde nos próximos dias o verdadeiro motivo. Como isso também é um blog pessoal, postarei aqui.