segunda-feira, 12 de maio de 2014

Conheça! – SUPER FORMULA, a principal categoria de monopostos do Japão

A série "Conheça!" da SUPER GT BRASIL tem como principal objetivo trazer algumas categorias paralelas ao SUPER GT japonês, abordando alguns detalhes iniciais até que ela faça parte das hostes do blog por inteiro.

A Super GT com certeza é a maior série de corridas do Japão e a mais lucrativa da Ásia. Mas entre os monopostos, o maior sucesso do país do sol nascente é a SUPER FORMULA, que você conhecerá a partir de agora.


Esse campeonato surgiu nos anos 70 e teve vários nomes: All-Japan Formula 2000, Japanese Formula 2, Japanese Formula 3 e mais recentemente, seu nome mais conhecido e que dificilmente sairá das lábias dos fãs da categoria por um bom tempo: Formula Nippon, abreviada como "F-Nippon", ou "FN". 

O nome Formula Nippon foi adotado em 1996 e foi até 2012. Desde então, virou o que conhecemos hoje como 'Super Formula'. O principal motivo da mudança do nome é a tentativa de atrair mais repercussão fora do Japão, com possíveis corridas fora de lá e atraindo cada vez mais pilotos e equipes estrangeiras. Uma tentativa de marketing idêntica ao que aconteceu com a querida JGTC em 2005, quando passou a se chamar "Super GT". Os objetivos são os mesmos.

RESUMO DA HISTÓRIA

A história da Super Formula, se contarmos o período da Formula Nippon e também da época de Fórmula 2000 e Fórmula 3, é bem vasta, mas é muito interessante saber o que aconteceu durante esses períodos até chegar o que temos hoje.


O surgimento dessa categoria teve forte influência depois da realização do primeiro Grande Prêmio do Japão em Suzuka, no ano de 1964, que também abrigou o tal do 'JAF Trophy' (foto acima), que foi a primeira corrida da história de monopostos do Japão. Os anos 60 foi um recheio para o automobilismo japonês, que estava sendo consolidado com várias corridas de esporte protótipos e destemidos carros de turismo.

Alguns anos mais tarde – mais precisamente em 1973, a JAF, responsável pela gerência do automobilismo no Japão, decidiu que o país teria seu primeiro campeonato de monopostos a tempo integral. Surgiu então a 'All-Japan Formula 2000 Championship', que naquele ano, teve quatro corridas: uma em Fuji e três em Suzuka.

10 carros no grid do 'JAF Grand Prix' de 1974, a última 
rodada da F-2000 no ano.  No amarelo está Masahiro Hasemi, e 
no branco a direita, está outra lenda: Kazyuoshi Hoshino.
Os anos foram passando e o campeonato foi conhecendo suas lendas. Mas em 1978 o campeonato sofrerá sua primeira reformulação no regulamento, passando então a adotar os famosos modelos de Fórmula 2, que se tornaram basicamente similares, pra não dizer iguais, aos carros da F-2000 japonesa em 1976. 

A F-2 estava em baixa na Europa, e com a adesão da F-2000, surgiram chassis de marcas de fora como March, Chevron, Ralt e Toleman, para se juntar às japonesas Nova e Kojima, o que fez dela um campeonato multimarcas. O motor também veio de fora: BMW, que no mais tardar teve que enfrentar a dura concorrência local da Honda. E que no final acabou desaparecendo.

O período da F-2000 e da F-2 formou diversos campeões famosos como Satoru Nakajima, Masahiro Hasemi e Kazyuoshi Hoshino, este último até então considerado o maior piloto da história do Japão.

Satoru Nakajima, bom de chuva, dando um "couro" em Stefan Johansson em
uma das corridas da F-2 japonesa em Suzuka.

A era F-3000 começou indiretamente a partir de 1987, que teve como campeões: Kazuyoshi Hoshino, Aguri Suzuki, Toshio Suzuki, Ukyo Katayama, Hitoshi Ogawa e os italianos Mauro Martini e Marco Apicella. Esse período é bastante notável pelo terrífico acidente fatal de Ogawa, que fora campeão em 1989 e pela passagem obscura do heptacampeão mundial de Fórmula 1, Michael Schumacher, além de outros carimbos conhecidos, que figuraram-se anos depois na categoria máxima do automobilismo. 

NIKKEI Reynard 89D de Emanuele Pirro, em 1989.
O período também é de marco por ter sido alvo da bolha econômica japonesa, o que fez dele um grande mercado de publicidade para os patrocinadores e um bom campeonato para os pilotos estrangeiros. E claro, muito dinheiro. Nunca na história da categoria houve tanto movimento financeiro como na era F-3000, que durou até 1995.

E foi nessa era, também, que a categoria deixou de ser, digamos, "monótoma", por ter apenas como palcos de corrida o Fuji Speedway e Suzuka – apesar de MINE ter sido etapa das últimas temporadas da F-2. A F-3000 se expandiu para os outros circuitos locais como o Sportsland Sugo, Tokachi e Autopolis. 

Em 1996 a categoria virou a então popular Formula Nippon, trazendo também mudanças significativas dentro da categoria. A categoria precisava se expandir para o mundo, o modo knockout (que é usado na F-1) foi adotado e as corridas passaram a ter mais quilômetros de distância comparado aos outros períodos.

Nos primeiros anos, os chassis continuaram a ser fornecidos pela Lola, Reynard e DOME. A DOME parou de fornecer os chassis em 1997 e a G-Force entrou em 1999, mas somente a Reynard ficará até 2002, deixando a categoria monomarca. No mesmo ano, a marca foi à falência, deixando a responsabilidade para a Lola a partir de 2003. 

O Swift FN09, chassi da Formula Nippon até 2013.
Em 2008, depois de anos tendo a Lola como fornecedora dos chassis, foi notificado que a Formula Nippon teria seu novo chassi fabricado pela Swift Engineering, codificado como 017.n e conhecido como FN09, em referência a sua temporada de estreia, em 2009. Quando o nome do campeonato foi alterado em 2013, o carro ficou conhecido como SF13.

No período da FN, entraram como fornecedoras de motores a Cosworth e Judd, num reinado já dominado pela Mugen-Honda. Não duraram mais do que dois anos, padronizando o fornecimento pela montadora japonesa – que no mais tardar da categoria passou a ter como adversária a Toyota. Em 2009, os motores passaram a ser os mesmos da Super GT, a fim de reduzir os custos das duas categorias. A Bridgestone é a única fornecedora de pneus da categoria desde 1997.

EQUIPES FAMOSAS

A maioria das equipes atuais da Super Formula também correm em paralelo na Super GT. Um dos grandes exemplos é a IMPUL, que muitas vezes correu como "Hoshino Racing" na época da F-3000. Outros exemplos fortes são a ARTA, de Aguri Suzuki, o Team LeMans, a Nakajima Racing e a CERUMO. Hoje, são cerca de 22 pilotos e 11 equipes inscritas no campeonato. 

BRASILEIROS NA CATEGORIA

A Super Formula, contando as temporadas anteriores ao nome, teve passagens de pilotos brasileiros como Maurizio Sandro Sala, Paulo Carcasci, Tony Kanaan (que participou apenas de uma corrida como convidado), Fabio Carbone e, atualmente, desde 2006, João Paulo de Oliveira.

Além disso, dos nomes citados, somente JP foi campeão da categoria, em 2010, pela lendária IMPUL, do também lendário Kazuyoshi Hoshino. Hoje, JP ainda corre na mesma equipe e luta pelo segundo título, enquanto tenta conquistar o seu primeiro na Super GT, ao lado de Hironobu Yasuda.

O BRINQUEDO ATUAL


O chassi da atual Super Formula é o Dallara SF14, que foi desenvolvido ainda em 2013, quando a categoria já tinha mudado o nome. Porém, estreou nas pistas apenas esse ano. O motor é um turbo 4 cilindros de 2.4L de injeção direta similar aos que estão sendo usados, também, na Super GT.

Especificações do motor:

FornecedorHonda (HR-414E);
Toyota (R14A)
Cilindros e posição4 cilindros em linha
Deslocamento2000cc
Sistema de
valvulas
DOHC, duas de admissão
e duas de escape
Velocidae máxima--
Potência550cv ou mais
Peso85kg
Vela de igniçãoDepende da equipe
CombustívelGasolina de alta octagem
LubrificanteDepende da equipe

Especificação do chassi: 

Comprimento5268mm
Largura1900mm
Entre-eixos3165mm
FreiosPinças 6Pot Brembo;
Disco de carbono Brembo
Fornecedora
de Pneus
Bridgestone
Pneus frontais235/55R13
Pneus traseiros340/620×13
SuspensãoDouble Wishbone
TransmissãoRicardo sequencial
de 6 velocidades
Peso650kg ou mais

CONCLUSÃO

A existência desse campeonato é importante para o automobilismo japonês, pois é um dos caminhos para uma carreira ambiciosa na Fórmula 1. E ainda é um mercado interessante de publicidade que luta pelo reconhecimento internacional, que ainda é muito restrito, tanto quanto a Super GT. Mas eles têm suas descrenças, já que boa parte dos conteúdos são disponibilizados em japonês, prejudicando o acesso dos fãs internacionais e ocasionando falta de interesse em buscar fontes. É por isso que esse blog existe: trazer as melhores informações dessas categorias do Japão, que são tão interessantes quanto aos comparáveis da Europa. 

E tem etapa da Super Formula no próximo fim de semana! E claro, o blog trará as informações a partir de agora. Fique ligado!

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