Está aí. A Nissan já divulgou o que ela pretende levar pra Le Mans e pro WEC – trata-se do tão badalado Nissan GT-R LM NISMO (chamarei ele mais de GT-R LMP1 daqui pra frente), e junto dos diversos vídeos de divulgação do programa desportivo, está vindo também periodicamente o anuncio dos pilotos escalados para o monstrinho, seja a tempo inteiro ou só no terceiro carro de Le Mans.
Sim, caros leitores, é um carro e tanto. É completamente diferente de tudo que imaginamos, muito ousado, mas vou maneirar por aqui. O assunto principal do post é selecionar alguns dos pilotos que realmente merecem entrar nesse programa desportivo.
Isso é um ranking pessoal. Não me espelho em nenhum site, nem nada, só nas minhas perspectivas em relação a esses pilotos. E antes que perguntem, não vou listar nenhum graduado do GT Academy, justamente porque todos eles realmente merecem fazer parte da trajetória do GT-R LMP1, sem hierarquia. Se fosse um top 10, até que seria um caso a parte listar pelo menos cinco deles, mas faltam exatamente cinco pilotos pra serem anunciados pelo programa e acho que esses que vou listar até que merecem mais, pois estão dentro da casa há mais tempo.
Vou começar os exemplos, por ordem decrescente.
5 – KAZUKI HOSHINO
"Quem diabos é Kazuki Hoshino?" – perguntou o leitor, nesse exato momento. Bem, é o filho da lenda, do cara mais rápido do Japão, o cara que ajudou a popularizar o tão famoso GT-R todo azul com patrocínio da Calsonic Kansei, uma empresa especializada em segmentos automotivos. O filho de Kazuyoshi Hoshino começou a carreira no automobilismo por volta dos vinte e poucos anos, já não tão novo assim, na SRS-F. Depois de uma temporada sem muitos aperitivos, foi tentar a vida na Inglaterra, pela Formula Ford e posteriormente Renault, mas sua carreira mesmo, teve nome lá no Japão, quando voltou para pilotar pro pai, na IMPUL.
Em 2003, ele começou na GT300, mas de 2004 até 2007, ele pilotou na GT500 com o CALSONIC Z, mas no ano seguinte preferiu voltar pra GT300 e consagrou-se campeão em duas oportunidades: 2008 e 2010 – nesta última, pilotando pra equipe de Masahiro Hasemi, o maior rival de seu pai. E o Hoshino filho permanece na SUPER GT até hoje, tentando seu máximo.
Tá, a carreira dele não é de "ooooooh, é um campeão", mas por ser um nome de peso – o pai já pilotou em Le Mans diversas vezes e subiu ao pódio em terceiro lugar em 1998 – e por ser um piloto extremamente constante, com fome de vitória, merece participar do ambicioso programa da Nissan na sua volta ao endurance.
4 – MICHAEL KRUMM
Esse nome é bem mais familiar que o quinto colocado da lista, não é verdade? Até eu acho. Michael Krumm é típico do estrangeiro que vai tentar sua carreira no Japão e consegue – até mais que alguns conterrâneos – títulos, vitórias e muitos, muitos fãs. É praticamente um nipo-alemão, que começou a carreira nos anos 80, pilotando no alemão de Formula Ford e Opel Lotus, onde consagrou-se campeão.
Seu nome começou a crescer ainda mais quando foi embora para o Japão tentar a carreira de sucesso. Em 1994, ingressou na Formula Nippon, e no mesmo ano, no JTCC. Ele nunca chegou a vencer no campeonato de monopostos, mas no JTCC ele até que fez bonito, tendo como sua melhor temporada um terceiro lugar em 1996.
Mas seu nome ficou niponicamente conhecido mesmo no JGTC, sendo piloto da Toyota entre 1995-97, ao lado de Pedro De La Rosa, foi campeão no último ano com o lendário #36 Castrol TOM'S SUPRA. Para 1998, ele foi chamado pra correr na Nissan, que conseguiu consagrar-se campeão na NISMO em 2003. Depois de tudo isso, ele começou a internacionalizar seu nome no endurance. Já tinha corrido nas 24 Horas de Le Mans no fim dos anos 90 com a Nissan, mas sua melhor colocação foi em 2002: terceiro lugar, com o aclamado Audi R8.
E o que dizer da sua carreira no FIA GT? Mesmo quando o campeonato estava chegando ao fim da vida, Krumm não sairia de lá sem ao menos um título – e foi o que aconteceu, em 2011, pela JR Motorsport, com aquele belo GT-R decorado na pintura preta e vermelha. Acho que esse é seu título mais importante na carreira.
Hoje em dia ele não aparece tanto como antes, mas ainda está ativo no SUPER GT pela Kondo Racing e periodicamente é chamado pelas equipes de endurance para correr uma ou duas corridas. Isso aqui é praticamente um verdadeiro piloto de resistência. Mais que merecido entrar no cockpit do GT-R LMP1, mesmo que seja só em Le Mans.
3 – RONNIE QUINTARELLI
Em 2005, um combo: convite pra Formula Nippon e SUPER GT. No primeiro ano ele pilotou pra SARD no GT e pra Kondo na Nippon. Na SUPER GT, ele ganhou os 1000km de Suzuka, mas terminou o campeonato distante, na 16ª posição. Em 2007 ele foi contratado pela Nissan, onde ele permanece até hoje e...
Em 2003, ele começou na GT300, mas de 2004 até 2007, ele pilotou na GT500 com o CALSONIC Z, mas no ano seguinte preferiu voltar pra GT300 e consagrou-se campeão em duas oportunidades: 2008 e 2010 – nesta última, pilotando pra equipe de Masahiro Hasemi, o maior rival de seu pai. E o Hoshino filho permanece na SUPER GT até hoje, tentando seu máximo.
Tá, a carreira dele não é de "ooooooh, é um campeão", mas por ser um nome de peso – o pai já pilotou em Le Mans diversas vezes e subiu ao pódio em terceiro lugar em 1998 – e por ser um piloto extremamente constante, com fome de vitória, merece participar do ambicioso programa da Nissan na sua volta ao endurance.
4 – MICHAEL KRUMM
Esse nome é bem mais familiar que o quinto colocado da lista, não é verdade? Até eu acho. Michael Krumm é típico do estrangeiro que vai tentar sua carreira no Japão e consegue – até mais que alguns conterrâneos – títulos, vitórias e muitos, muitos fãs. É praticamente um nipo-alemão, que começou a carreira nos anos 80, pilotando no alemão de Formula Ford e Opel Lotus, onde consagrou-se campeão.
Seu nome começou a crescer ainda mais quando foi embora para o Japão tentar a carreira de sucesso. Em 1994, ingressou na Formula Nippon, e no mesmo ano, no JTCC. Ele nunca chegou a vencer no campeonato de monopostos, mas no JTCC ele até que fez bonito, tendo como sua melhor temporada um terceiro lugar em 1996.
Mas seu nome ficou niponicamente conhecido mesmo no JGTC, sendo piloto da Toyota entre 1995-97, ao lado de Pedro De La Rosa, foi campeão no último ano com o lendário #36 Castrol TOM'S SUPRA. Para 1998, ele foi chamado pra correr na Nissan, que conseguiu consagrar-se campeão na NISMO em 2003. Depois de tudo isso, ele começou a internacionalizar seu nome no endurance. Já tinha corrido nas 24 Horas de Le Mans no fim dos anos 90 com a Nissan, mas sua melhor colocação foi em 2002: terceiro lugar, com o aclamado Audi R8.
E o que dizer da sua carreira no FIA GT? Mesmo quando o campeonato estava chegando ao fim da vida, Krumm não sairia de lá sem ao menos um título – e foi o que aconteceu, em 2011, pela JR Motorsport, com aquele belo GT-R decorado na pintura preta e vermelha. Acho que esse é seu título mais importante na carreira.
Hoje em dia ele não aparece tanto como antes, mas ainda está ativo no SUPER GT pela Kondo Racing e periodicamente é chamado pelas equipes de endurance para correr uma ou duas corridas. Isso aqui é praticamente um verdadeiro piloto de resistência. Mais que merecido entrar no cockpit do GT-R LMP1, mesmo que seja só em Le Mans.
3 – RONNIE QUINTARELLI
Como dizem os colegas do Final Spec: "é um campeão tipo exportação". Assim como Michael Krumm, o italiano Ronnie Quintarelli se encontrou no Japão após uma longa quase eterna carreira pelo kartismo, do qual vinha participando desde os 10 anos de idade.
Ao início do século 21, o jovem italiano conseguiu um lugar nos monopostos, vide Formula Renault italiana e a Eurocup. Em 2003, já embarcou em terras nipônicas em busca de mais e mais... você sabe do que estou falando. Ele foi inscrito na F3 japonesa, e foi campeão em 2004 com invejáveis oito vitórias.
... conseguiu três títulos. Ele é o único estrangeiro do campeonato com três títulos: 2011 e 2012 com a MOLA, e 2014 campeão pela NISMO, ao lado de Tsugio Matsuda (esse já chamado pelo programa desportivo da Nissan em Le Mans). E depois do sucesso no campeonato, jamais pensou em sair do Japão: além da profissão como piloto cobaia da Nissan, Quintarelli constitui uma família no Japão e vive em Yokohama. Cá entre nós, é injusto não chamar esse nipo-italiano pro GT-R LMP1, né?
2 – JOÃO PAULO DE OLIVEIRA
O favorito da lista, não só da minha parte, mas também dos leitores. E não, não o coloquei na lista só por ser um simples brasileiro ativo no automobilismo japonês, mas sim porque João Paulo de Oliveira é rápido mesmo. Duvida? O cara tem uma taxa de 58 vitórias até então, 72 voltas mais rápidas e... 108 pódios. Mais do que muito campeão, diga-se de passagem.
Mas enfim, todo esse seu prestígio se deu quando ele "trocou de lugar com o irmão". José Ricardo de Oliveira corria no kartismo e incentivou ao irmão, João Paulo, a correr junto dele. O destino? José Ricardo ficou para trás e João Paulo decolou na carreira, mesmo que tenha começado tarde, aos 17 anos.
Foi no fim dos anos 90 que ele começou a aparecer no ranking dos bem-bons. campeão da Formula 3 Sul-americana em '99 e vice em 2000. Depois, tentou na F3 alemã e arrancou um título germânico em 2003, antes de ir tentar na F3 do Japão.
E justamente na F3 nipônica, já conseguiu um segundo lugar no primeiro ano, em 2004, e o título em 2005. Esse desempenho abriu portas ao brasileiro, que teve convite imediato da Nissan para participar do SUPER GT e Formula Nippon, em 2006.
A partir daí, sua carreira decolou. Arrematou o título da Formula Nippon em 2010, sua conquista mais elevante até então, e segue no objetivo de ser campeão pela SUPER GT. Pilotando pra Hasemi (2006), Kondo (2007-10) e finalmente IMPUL (atualmente), chegou muito perto do título em 2012, 2013 e 2014, mas seu conceito de "ser um piloto extremamente rápido" falou mais alto e nas oportunidades de chegar no topo do ranking, Oliveira bateu seu GT-R. Não que isso seja algo ruim, pelo contrário. É típico de piloto constante e vencedor.
Não é atoa que ele está sendo sempre cogitado pelos mais especializados sites de automobilismo a ser um dos pilotos do GT-R LMP1. E ele tem muitos fãs apoiando, não só brasileiros, mas também japoneses. O fato é que ele tem mais fãs japoneses do que brasileiros, porque aqui nessas terras são poucos os que conseguem valorizar um talento desses se não for dentro da Formula 1 e vencendo corridas.
É um dos caras favoritos da Nissan.
Mas por que eu coloquei ele em segundo nessa lista? Ora, confira agora quem realmente merece, sem delongas, ser um dos principais pilotos da Nissan no WEC/Le Mans.
1 – SATOSHI MOTOYAMA
Com todo respeito, lanço a pergunta: por que Satoshi Motoyama ficaria de fora do programa do Nissan LMP1? É injusto se não for chamado. É um dos principais carimbos da Nissan no automobilismo, especialmente no japonês. Sua parceria com a Nissan é datada desde o meio dos anos 90. Ele começou no kart, nos anos 80, e subiu de degrau em degrau, passando pela F3, JTCC, F-Nippon e JGTC.
Na F3, ele teve como melhor colocação no ranking um segundo lugar, em '95. Na mesma época, Motoyama terminava em terceiro no ranking do JTCC com um Nissan Primeira. Seria campeão se não fosse uma desclassificação por conta de um toque com Takuya Kurosawa.
A altura, ele já era piloto da Nissan no endurance. Foi escalado pras 24 Horas de Le Mans de 1998 e 1999, terminando sem sucesso devido a problemas secundários. Mas isso não manchou sua carreira, pois ele estava fazendo o nome no Japão: recém-campeão da Formula Nippon em 1998, repetindo com o bicampeonato em 2001 e, finalmente, depois de ajudar a NISMO no JGTC e não ser campeão desde então, conseguiu o título em 2003 ao lado do alemão Michael Krumm pilotando o XANAVI NISMO GT-R.
Engana-se que ele parou de ganhar desde então. No mesmo 2003, foi tricampeão na Formula Nippon. Em 2004, bi de novo, no JGTC, desta vez com um Z. Em 2005 vinha seu último título na Formula Nippon... tetracampeão, manolo! Teve uma má temporada na SUPER GT, em 2006 e 2007, mas após todas as equipes da Nissan aderirem ao novo GT-R R35 em 2008, Motoyama fez seu nome ao lado de uma lenda das 24 Horas de Le Mans: o francês Benoit Treluyer. Os dois foram campeões naquele ano com três vitórias e 76 pontos e pode-se dizer que esta foi uma das melhores temporadas de Motoyama de todos os tempos no GT. 2008 foi o último ano de Motoyama na Formula Nippon, fechando um currículo de tirar inveja, sendo o maior vencedor da história do campeonato.
Desde então ele vem fazendo história, mesmo sem títulos, ele já deixou um legado como um dos melhores pilotos da história do Japão. Em 2011, foi segundo na SUPER GT, e hoje corre por lá na MOLA, em parceria com Masataka Yanagida. Em 2012, ele voltou à Le Mans, para pilotar o DeltaWing, inscrito como um hors concours, mas o resultado foi triste, diga-se de passagem.
O Toyota TS030 #7 vinha absurdamente rápido após uma intervenção do safety car na pista, que juntou todos os carros lá pela Porsche Curves, e foi de imediato. O Toyotão deu um "chega pra lá" no pequeno e estreito protótipo americano motorizado por um Nissan, que se chocou em cheio na mureta e criou uma das cenas mais sentimentais de todos os tempos no automobilismo.
Só vendo o vídeo para sentir o sentimento que temos quando não podemos continuar aquilo que mais amamos.
E ele, desde 2003, homenageia Daijiro Kato – seu eterno amigo, que morreu na derradeira etapa de Suzuka da MotoGP – no capacete e no volante de seus carros de corrida. Não precisa dizer mais nada.
Satoshi Motoyama, além de ser um ótimo piloto, é um ser humano, espiritual e sentimental. Precisamos desse cara correndo de novo em um sonho, que é as 24 Horas de Le Mans. Na boa, Nissan, chama ele!
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